quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Passeio Noturno

Íamos pelo caminho
Falando de sonhos
Com bibliotecas nos olhos
Acenando as para vozes
De Whitman e Emily

Íamos pelas ruas escuras
Recortando a noite
Proferindo desespero
Imantado e imagético
De Sylvia
E sua beleza indócil
Articulando
As eternidades &
Labirintos
De Jorge Luis Borges

Íamos tu e eu
Buscando no passado
Uma senda para o futuro
De nosso cancioneiro
A recitar
Na página de estanho da lua

Até que a máquina
Rugiu brusca & intentou
Trincar o tempo
Máquina concebida
Para dilacerar
Almas quebradiças
E os corpos líricos~
A máquina até hoje tenta 

Nenhum comentário:

Postar um comentário