mais uma vez
adentro o sótão
não para
contemplar
os
estilhaços de vida
as sobras
díspares
de
brinquedos decepados
enfeites
quebrados de natal
passo a
tarde
nesse último
e árduo
trabalho
de ver o
passado enferrujado
pela última
vez
limpando,
descartando tudo
não quero a
volúpia
de objetos
cheios de
memória
e rancor
é preciso
limpar tudo
tirar o pó
e fazer uma
clareira
não
guardarei mais objetos de lágrimas
no sótão –
ora limpo e claro
com sua
claraboia translúcida
por onde
entrará sempre
a luz do
sol.
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