e no bar, à beira do aguardente
entre vozes
várias zumbindo
como enxame de
vespas
o bêbedo se
aproximou da viola
testou um dó
maior
e deu início ao
flébil lamento:
- a água
ardente da fonte
da fonte, senhor:
nos dá de beber
hoje
que temos sede!
Letes abençoado
que entorna ao vão
do esquecimento
- ah são olvido
-
nossas dores
frementes
caudalosamente
maravilhas da
água
correnteza
próspera
milagre
batismo:
fluxo refluxo
aguardente.
a dor do
operário sem mãos
ninguém sabe;
o pesar do
ambulante sem pernas
ninguém sabe;
a mágoa da
mulher sem voz
ninguém sabe;
a água ardente da fonte
da fonte, senhor:
nos dá de beber
hoje!
a vida é
precária
meu deus,
nos dá este dom
de esquecer
que temos sede.
Nenhum comentário:
Postar um comentário