quinta-feira, 20 de março de 2014

Mundo Novo de Sempre

Compra-se o eletrônico
Propalado em reclames insistentes
Faz mil duzentos e cinquenta coisas
& promete estancar o tédio de viver

Mas o júbilo é tão breve
Dura o trajeto-tempo
Que vai da loja ao lar

Mil duzentos e cinquenta coisas
Mas em casa já não há alegria
Olha-se o produto versátil
Para o principal ele é inútil
Para o principal ele só ocupa espaço
E dá trabalho de ter de recarregar bateria
E aprender suas funções

Falta excitação
Para usar o aparelho que prometia
Vida mais fácil
Por fim tornar-se retraído na estante
Vazio de sentido.

Feito por chineses
Que trabalham doze horas por dia
E sentem fome
E seus pés doem
E seus olhos ficam enfastiados
E necessitam, tão somente
Das suas casa
Comer
Dormir.


Ninguém é feliz...

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