A
enchente levou tudo que eu ainda estava pagando:
Smartphone,
tablet, notebook, TV
Todos os
meus itens hodiernos
Mas não arrastou
a máquina de escrever
Que
herdei do meu avô materno
Ela continuou
parada no meio da lama
Uma
Remington anos 40
Com seu
peso vetusto
Por
algum motivo venceu
A
segunda guerra e a enchente
Com a
paciência de um relojoeiro
Limpo a
estrutura mecânica
Passo
óleo com um pincel
Num
trabalho claro e dedicado
Fico com
a máquina de escrever
E esse
sorriso-poema
Que a
enchente
Também não
levou.
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