é hora de doar tanta roupas em desuso
velhas ou novas
é hora de limpar as gavetas
e suprimir todo papel que é passado apenas
é hora de doar os livros que ficaram imóveis
e não encetam diálogo
hora também de descartar
todo sentimento gris
suprimir esses souvenirs
que se alimentam do pó
e nos laceram como máquinas
tudo que restar deve de caber
essencialmente numa mala
e o mais importante
não estará na bagagem:
o amor que tento aprimorar
todo dia
e os poemas que desprendo
das minhas mãos
e deixo como presente
a quem deseja de alguma forma
guardá-los.
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