Ainda falta muito
Para as serpentes
Se envolverem no teu corpo
Muito
Para o jaguar sanguíneo
Direcionar teus rifles sem precisão
Muito muito
Para a flor carnívora
Mastigar teus dentes
Falta muito amigo
Para o demônio gastar tuas rótulas
E espinha dorsal
Muito
Para as trepadeiras
Se enrolarem no teu verso
Mole, viscoso
Nos cueiros da adolescência
Ainda falta
Aprender com as pedras
E com os gritos
De selvagens que nunca ouvistes falar
Assimilar
A aspereza das canas de açúcar
Ainda falta jogar
As podres gramáticas
No olho do cu do deserto
Ainda falta
Tu te tornares
Tímido e simples
Como um analfabeto
E assim começar.
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