Somente
após a cicuta diária
De
anos – decênios
Damo-nos
conta que o corpo insiste
Em
asas e afeição para o voo
Após
partir a voz no grito cavo/ dia a dia
Enfim
aprendemos o silêncio
Das
madeiras mais sólidas
Depois
de extremo temor, covardia
A
nos engessar a musculatura e o olhar
Nasce
uma face sobre a face
Que
não teme ruga ou cicatriz
Somente
depois de velhos, pensamos:
“Não
há mais nada a perder”
Na
verdade
Nunca
tivemos muito a perder
Duas
ou três moedas
Que
se extraviam no mar.
Que
as estações levem tudo
Deixando
apenas o pão seco
E
um anúncio de estio.
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